Friday 5 June 2009

Concordata da GM E.U.A cai no esquecimento enquanto a mídia aborrece com o acidente da AirFrance.




Praticamente uma semana se passou desde o anúncio da falência da ex-maior montadora de carros do mundo ultrapassada pela Toyota em meados de 2007 e a principal dos E.U.A, a GM vem amargando sua triste história atual.

Repleta de dívidas e a beira do colapso mundial, a montadora vive sua pior fase ao decretar nesta semana a concordata da matriz americana e o fechamento de quatorze fábricas até 2012.

Sem lucros desde 2004, a matriz vinha se arrastando com o apoio de seus ‘braços’ pelo mundo, sendo o Brasil o principal elo na sua reestruturação.

Com os holofotes da mídia nacional voltados para o trágico acidente de avião da companhia AirFrance, os brasileiros pouco se deram conta do fato da GM, e muitos ainda, sequer refletiram sobre o que deverá vir depois.

Logicamente, não é a minha intenção ser um mero alarmista, pelo contrário, no entanto, ignorar tamanho fato é no mínimo um pouco de ignorância, haja visto, que o Brasil deverá contribuir e muito com as montadoras estrangeiras. Sendo peça chave na criação da nova GM proposta pelo governo norte-americano, onde carros mais econômicos e de pequeno porte deverão tomar as ruas nos próximos anos.

Mesmo parecendo ‘hilário’, deveremos ver de agora em diante, carros como Celta, Corsa, Classic entre outros, nas cenas dos filmes americanos, coisa jamais imaginável até antes da crise. Impactando em cheio o hábito ‘gringo’ de se exibir grandes carros ‘beberrões’, possantes e estrondosos.

Por outro lado, o envio de engenheiros brasileiros da montadora nacional de São Caetano, cidade vizinha da capital paulistana, abrirá portas para a exportação de tecnologia brasileira, atrelada aos nossos costumes e a “paixão” por carros econômicos e mais baratos, porém, com o infeliz ‘vício’ das prestações ‘tralala’ 60 vezes, prática herdada da política de crédito norte-americana.

O que também preocupa, se olharmos as origens da crise nos E.U.A, iremos esbarrar justamente nesta conduta de crédito que implica no futuro da economia, onde hoje, com um mercado instável e flutuante, poderemos amargar (tomara que não) a infelicidade da falta de pagamento das financiadoras amanhã.

Outro ponto de vista, é que a frota brasileira se renovou em mais de 50% de cinco anos para cá, é quase impossível ver carros com mais de vinte anos circulando pela avenida Paulista em São Paulo. E, quando vemos, vira a piada de alguns e os xingamentos de outros, não esquecendo que a cada feirão realizado pelas montadoras no País, em média mais de 4 mil carros são vendidos, restando a pergunta: “Para onde vão os carros antigos?”.






Bem, estes com certeza vão para o filho mais novo que tirou carteira de habilitação, para os bairros mais afastados do centro, os desmanches que agradecem e claro, entopem ainda mais as cidades brasileiras.

A crise da GM além de não poder passar em branco, é sim um grande termômetro para as expectativas do mercado em médio prazo, embora os governantes brasileiros insistam em não assumir os efeitos da crise, os desempregados como alguns amigos, sabem bem o que falar sobre ela, enquanto isso, a imprensa brasileira quando ‘engata’ em um determinado assunto, aborrece a maioria por não saber o que falar...




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