Não é de hoje que várias polêmicas cercam os badalados festivais de premiações da propaganda no mundo. É impressionante que todos os anos, ainda temos o maldito hábito de alguns medíocres publicitários, ou melhor, na maneira mais educada, visionários de premiações, sejam elas ‘egocentristas’, ‘levanta moral ou adornos na carreira’. Em suma, as esdrúxulas peças fantasmas escritas nas premiações.
Ora, nosso País já fora destaque na propaganda internacional na década de oitenta, como um dos celeiros da propaganda inteligente, criativa e capaz de gerar resultados onde era veiculada, isto é, na sua “terra natal”. Porém, infelizmente, uma ‘panela’ pretensiosa começou a, em outras palavras, “melar” ou simplesmente deturpar toda a classe com artifícios incorretos nas diversas premiações, tanto nacionais como internacionais.
Se voltarmos um pouco na história, mais exatamente em mil novecentos e noventa e cinco, ano em que um nobre e ilustre defensor da boa propaganda ‘brazuca’, Washington Olivetto (atualmente Chairman W/Brasil), se levantou abertamente contra as inscrições de anúncios fantasmas em festivais, principalmente contra as peças que nem chegaram a passar pelo conhecimento do anunciante. Naquela mesma época, Olivetto atacou com veemência esta prática em seus textos na maioria, publicados na Folha de São Paulo.
Onde também, fora levantado à polêmica do Festival gringo “Clio Awards”, uma das mais importantes premiações do meio entre os anos de mil novecentos e setenta e cinco e mil novecentos e oitenta e cinco. Neste mesmo festival, começaram as primeiras grandes polêmicas relacionadas às inscrições de peças fantasmas, onde em mil novecentos e oitenta e nove, fora confirmado as respectivas acusações e ainda houve o fiasco daquele mesmo ano, havendo a fuga do organizador que simplesmente sumiu com dois milhões de dólares das inscrições, deixando de pagar até a conta do hotel. Detalhe, os participantes já estavam por lá vestido com traje a rigor para a também ‘fantasma’ premiação.
Anos se passaram, o “Clio Awards” retomou suas atividades com a coordenação de outros publicitários, mas nunca mais a visão destas premiações voltaram a ser a mesma. A própria W/Brasil aboliu suas inscrições de diversos festivais, e ainda na mesma época levantou a polêmica com a questão dos “fantasminhas” no Clube de Criação de São Paulo.
Ainda, se você retornar há exato um mês atrás, ou seja, no último festival de Cannes, tivemos também inúmeras polêmicas, entre acusações de plágios, peças feitas em uma agência e inscritas em outra, e os diversos “ghosts” da vida. E por falar em um, a TBWA/Paris que faturou um Leão de Bronze em Press com a suposta peça veiculada como pede a “faz de conta” obrigação exigida pelo concurso, para a Anistia Internacional. Pois bem, a própria Anistia, como também a matriz da agência, já deixou claro que a peça se quer passou no crivo do anunciante e tão pouco soubera que a mesma peça estava inscrita no festival.
Neste momento, eu pobre mortal me pergunto, será mesmo que tantos bons profissionais devem ser pouco citados por não ganharem prêmios, que cá entre nós, mais parece uma ‘farsa em cima de outra farsa’?
Até quando renomadas agências se prestarão ao ridículo inscrevendo peças fantasmas em premiações, sejam elas nacionais ou internacionais? A que ponto estaremos todos os anos encarando algo cheio de controvérsias como verdade suprema no meio publicitário?
É bem verdade, que excelentes profissionais brasileiros nem dão importância para o ‘oba-oba’ da classe nestes períodos. Como também, não se assuste se a ‘velha guarda publicitária’ que já conhecem a ‘reza’ fajuta que cerca tais eventos, simplificarem estes momentos como infeliz falta de ética no meio.
E claro, não encare este meu desabafo como um ataque a esta ou aquela agência, e sim, tome este pensamento como reflexão para você, onde a busca na verdade, deva ser o bem comum da classe e de certa maneira, um apelo para o profissional de cada um, tudo bem...
0713
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