Thursday 11 September 2008

O domínio da Web virou uma questão mundial.



Como imaginar que algo que já fora desprezado por inúmeras empresas no inicio da sua abertura pública, poderia se tornar alvo de tanta especulação e interesse das maiores empresas de telecomunicações e governos de todo o mundo. A busca pelo domínio parcial ou total da Web vem atingindo em cheio diversos direitos, entre eles o primordial “Liberdade de Expressão”, como se já não bastasse, governantes da Europa buscam ao todo o custo o controle da Web, bem-vindo a era da “Controlalização Virtual” mesmo não havendo a existência real deste termo, mas ele define bem o atual cenário.

Em todo o mundo, nunca se fora tão discutido os rumos da Web, como já previa no passado alguns estudiosos, no qual discutiam suas observações distintas sobre a Web x Internet, ou vice-versa, nomes como Lawrence Lessig, Yochai Benkler, Manuel Castells e outros.

Hoje estamos vendo que a questão não é apenas política, muito menos só comercial, trata-se do rumo da sociabilidade humana intrínseca a digitalização dos meios. Ora, como encarar o governo francês proibindo com leis específicas o Peer to Peer (P2P), a Alemanha com proibições banais com alguns sites, a China com seu mega filtro territorial, uma espécie de “firewall” governamental que barra os conteúdos que “ELES” acham desnecessários a população daquele país. A própria Inglaterra, que atualmente é um dos países mais desenvolvidos digitalmente já planejando meios de controle na web.

Enquanto isso, os E.U.A não querem abrir mão da idéia bizarra de serem os reais “donos da internet”, vejamos, tanto a internet como a web, foram e são ao longo destes anos de existência, frutos da colaboração participativa de inúmeros pensadores, tecnomeritocráticos, hackers, estudantes e empresas.

Ou seja, não podemos nos calar diante das idéias esdrúxulas que assolam nossos dias, coincidentemente nesta mesma semana tivemos um episódio brasileiro, deixando claro a complexidade e abrangência da questão, onde fora tirado do ar o site “Twitter Brasil” (http://www.twitterbrasil.org/) por causa de uma decisão liminar emitida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará pedindo para que o blog fosse retirado. Tudo por causa de um erro, onde o magistrado entendeu que a criação de perfis no twitter por candidatos infligia as normas eleitorais. Bem, o blog já voltou depois do engano em relação o seviço de microbloging Twitter x Twitter Brasil, mas foi o suficiente para enaltecer tamanha bizarrice. Tudo isso sem falar do “maldito” projeto Azeredo.

Como também encarar um processo de TV Digital no país, onde grandes meios de comunicação, entre eles a Globo, exigem que os aparelhos saem de fábrica com um mecanismo chamado DRM, travando qualquer possibilidade de interação virtual no aparelho. Mais que um controle, é digamos, uma tranca grotesca indo totalmente contra os “princípios digitais”. Deixando claro, que a tal TV Digital tão comentada no País, trata-se apenas de um bom aparelho capaz de receber sinal digital, pois é, é para isso que eles estão lutando, resumindo, o controle total do seu aparelho.

Se olharmos através da Cibercultura, temos três características fundamentais para tal, são elas, “A liberação do pólo da emissão” (Emergência de novas vozes e discursos), “O principio de conexão em rede” (o verdadeiro computador é a rede) e “A reconfiguração de formatos midiáticos e práticas sociais” (a recombinação e práticas sociais).

Em nenhum deles vemos o controle parcial ou imparcial da web ou da internet, contrariando o grande movimento citado no inicio do post, a “Controlalização Virtual”, logicamente não posso sintetizar esta discussão neste singelo post, mas irei retornar esse tema nos próximos, deverei contar com a opinião de alguns entendidos da questão.

Fica exposta a minha preocupação, espero que a mesma possa ao menos servir de alerta para todos os leitores desta blogosfera. Até a próxima...




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