Friday 19 September 2008

Falta de atenção no trabalho é culpa da Web?



Essa questão atinge em cheio diversas pessoas, sejam elas o empregador ou o empregado. O que, aliás, tem sido uma queixa bastante comum nos dias atuais principalmente quando os colaboradores têm acesso à internet. Eu mesmo já pude presenciar comentários bizarros em que se justificava o atraso no ritmo de trabalho mero e exclusivamente por culpa do acesso a web. Bem, o que não é verdade, pois, ter acesso a web, serviços de messenger entre outros, não pode a meu ver, ser julgado como o grande problema na falta de atenção dos colaboradores de qualquer empresa, inclusive onde trabalho, não que esta situação ocorra por lá, ainda bem, mas o que é de fato então?

Vejamos, no nosso dia-a-dia milhares de informações são expostas, não me lembro exatamente quem foi o responsável pelo estudo que comprovava ser aproximadamente cinco mil informações diárias exibidas para cada um de um nós no decorrer do dia. Onde, milhares sequer ficaram realmente gravadas em nossa mente, já outras não só ficaram como também foram decodificadas e estarão permanentemente inseridas em nosso “disco rígido cerebral”.

O fato, é que impulsivamente dividimos a atenção das nossas tarefas com milhares de outras coisas, e o pior, com a tecnologia da informação atrelada a velocidade da mesma após o fim dos suportes, ficamos a mercê de tentarmos abraçar todo o conteúdo que nos interessa em um dia, uma hora, um navegador, enfim, tudo que nos possibilita acesso as mesmas.

Gerando uma espécie de necessidade mental, física e profissional diariamente, o único problema na minha opinião e que talvez venha explicar as queixas dos empregadores, é que ao passo em que as informações estão chegando cada vez mais rápidos e por múltiplos meios, nossa mente ainda continua ‘estagnada’ em um mesmo compasso como também na mesma base de processamento.

Isto quer dizer, que estamos sendo bombardeados por uma estrondosa ‘massa’ de conteúdo em uma mesma mente, com a mesma memória e velocidade de raciocínio.

A internet comunica sim, as coisas que que antes não eram comunicadas, porém, vivenciamos hoje uma certa escassez da atenção a ponto de classificarmos a existência de um déficit de reflexão.

O que possa sugerir, se olharmos pelo seguinte ponto de vista dos milhares de conteúdos que nos chegam, não existe tempo suficiente de atenção. Somados as cargas dos trabalhos, a nova relação entre os ‘interagentes’ foi fundamental para os diversos serviços agilizadores que indexam e desenvolvem mais conteúdos, como o Google por exemplo.

Fomentar essa discussão é algo necessário para todos nós, afinal, você concorda que ‘a técnica não é suficiente para mudar a comunicação na sociedade’, como já disse Dominique Wotton, ou que a comunicação apenas atravessou o estágio da face-a-face através das técnicas?

(...)




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