Thursday 4 December 2008

“O mundo digital é o mundo da convergência”



O tópico deste post foi um dos diversos temas discutidos em aula na pós-graduação neste ano. Onde muitas vezes os consensos aleatórios entre os presentes apontavam para um mesmo caminho, o da convergência entre os meios.

Ora, as mudanças vistas atualmente já superaram e muito diversas analogias e hipóteses criadas no passado, outras, porém, antecederam com uma certa precisão o que estaria para acontecer anos a frente. Bem, a questão aqui não irá tratar de opiniões ‘essas ou aquelas’, apenas irei chamá-los para uma reflexão orientada sobre alguns pontos desta atualidade.

Como imaginar a quinze anos atrás que poderíamos ler artigos da Finlândia com apenas um clique e em tempo ‘assustador’ velozmente no tamanho da nossa necessidade. Ou ainda, que poderíamos enviar textos, fotos e vídeos nas caixas de email dos nossos amigos, todos eles sendo enviados por pacotes e endereçados através dos cabeçalhos, todos devidamente com seus protocolos. É realmente fascinante o que acontece em milésimos de segundos quando enviamos algo pela rede.

Uma vez que os conteúdos viraram um ‘amontoado’ de zeros e uns, ou como classificamos, a brilhante linguagem binária, os nossos arquivos se desprenderam de seus suportes. Fazendo com que fosse aberto um parecer até então pouco imaginável.

Atualmente é tão simples o ato de enviarmos um SMS para informamos sobre o atraso da chegada a reunião no celular do chefe, recadinhos para amigos e até as mobilizações como SmartMobs e FlashMobs sem sequer pararmos para refletir no que antecedeu isso. Como já fora dito pelo o professor Vicente Rafael “A cultura do SMS é inerente e subversiva”.

Em pensar que o Brasil tem um número bem maior de celulares que a Venezuela, ainda sim, usa muito menos o SMS que o país vizinho pelo alto preço cobrado por este serviço. Este é um dos grandes problemas enfrentados hoje por todos nós, aonde, ainda não vimos eu diria nem um terço do que o mundo digital nos prepara.

Grandes empresas insistem em controlar e podar o direito do uso justo dessas tecnologias pelos interagentes. Fazendo com que desta forma as travas impossibilitem o inegável desenvolvimento das práticas e hábitos sociais. Não se pode negar que o meio digital superou o meio analógico, se ele se manterá por toda a vida, não me cabe tamanha certeza, mas, não me hesito em dizer sobre sua superioridade.

Por exemplo, o mercado digital mundial atualmente é formado por apenas 8,8% do mercado de TVs, já a sua maioridade é ‘recheada’ pelas empresas de Telecom. Essas operadoras que dominam a telefonia móvel e fixa, agora estão também oferecendo diversos outros serviços, mais uma vez, estamos vendo os fenômenos da convergência que o mundo está vivendo.

O que preocupa as grandes empresas, entre elas os diversos monopólios do mercado, é que a maneira de negócio mudou e mudou muito rápido. Muitas lutam com unhas e dentes para protegerem os modelos que mais as favorecem, para isto utilizam-se das maneiras mais ‘tenebrosas’ para controlarem seu market share.

Por exemplo, no mundo analógico tínhamos um espectro definido e com os seus respectivos donos de freqüências, no mundo digital tudo isto mudou, tanto que nos E.U.A já estão leiloando diversas freqüências de espectro que antes estavam em uma determinada “zona desmilitarizada” se posso dizer isso, ou seja, entre uma freqüência e outra existe diversas faixas não usadas. O Google mesmo já adquiriu diversas delas, o que são classificados como “whitespaces” ou espaços em branco no ‘confuso’ português.

Recentemente no mesmo país que faz de tudo para exercer o seu domínio sobre a rede, um juiz americano determinou que fossem doadas algumas freqüências do espectro para o uso de escolas e entidades públicas, desde que as mesmas atendessem as normas de utilização. Em outras palavras, eu não preciso pagar para andar de carro na avenida Paulista aqui em São Paulo, mas, tenho que estar com o meu carro em dia com as regras de trânsito e licenciado para utilizar as vias na cidade. A mesma coisa acontece no ciberespaço e suas vias de ‘navegação’.

Como o ilustre Lawrence Lessig já falava em suas obras sobre as vias no ciberespaço, a convergência que estamos vivendo ainda irá transformar muita coisa, a única ressalva é que estamos à mercê dos dominadores e detentores do poder. Uma vez que muito do que imaginamos ser novo na internet, já poderia existir a muito tempo se não fosse o controle exercido por alguns.

Para finalizar, refletimos na seguinte observação: “Quanto mais se abre à possibilidade de comunicabilidade ao ser humano através das tecnologias, aumentam ainda mais o controle humano”.

No mais, devo voltar esta temática futuramente.





0713

2 comments:

Anonymous said...

Fala Will, parabéns pelo Blog... mto bom os assuntos tratados! Gostei mesmo!

Cara, depois entra no meu Site e dá uma olhada no meu Blog também... tá quentinho, acaba de sair do forno!

www.bryan.com.br

Abs,

Dani

*Está conff Sabadão na casa do Amadeu?

willians de abreu said...

grande daniel, fico feliz por ter gostado, estarei passando por lá sim, grande abs e confirmado sim!!



Abs! volte sempre...